É verdade, há mais de um ano que ele me fez o pedido, no Natal, com direito a solitário e tudo! Mas como sou ignorante nestes assuntos, pensei que era uma brincadeira, disse que sim mas até pus o anel na mão errada. Só há pouco é que descobri que era na esquerda, na direita é de namoro.
E porquê na esquerda? Porque dizem que no dedo anelar da mãpo esquerda está uma veia que vai directa ao coração, que bonito!
Adiante, aceitei e agora, passado um ano parece-me uma boa ideia começar a planear isto tudo! Escolher a quinta, os convidados, a ementa, casamento civil ou religioso, os convites, as lembranças, as alianças, o boquet, o vestido... não há paciência! Ainda não me casei e já estou cansada!
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
João 1985-1997
Acho que é amanhã, dia 12 de Fevereiro que faz 12 anos que morreu um amigo meu, num acidente de carro, o João Pires.
Eu tinha 10 anos mas não me esqueço de como me deram a noticia, ou me davam todas as noticias más, como se eu não aguentasse, andavam todos atrás de mim porque o João na semana anterior tinha-me perguntado se eu queria ser namorada dele e eu disse que não. Que não tinha tempo, nem idade para essas coisas e assim ficou, nunca mais o vi depois disto.
Durante anos, sem ninguém saber chorava todas as noites a olhar para a fotografia dele, coisa que não fiz nem no funeral, nem em frente a ninguém, não me lembro do porquê da minha reacção mas dizem que estive apática durante 2 ou 3 dias, agarrava-me á boina e ao lenço da farda (que trocámos nas promessas, trocava-se sempre com o melhor amigo) e chorava.
Nunca mais quis ir aos escuteiros nem a casa dele e ajudou a passar, até chegar ao 10º ano e a mãe dele ser minha explicadora de matemática. Entrar no quarto dele, estar na sala com todas as fotografias e a mãe dele me ter mostrado uma carta que ele tinha escrito para mim para o dia dos namorados foi reviver tudo mas a dobrar, porque era mais velha e porque imaginava como seriam as coisas se ele ainda estivesse vivo. Penso nisso quase todos os dias, uns mais que outros mas penso.
Não gosto de falar nisto pessoalmente porque para além de ser uma seca para quem ouve, não consigo chegar a meio da estória sem chorar.
Não quero esquecer o João de maneira nenhuma, ele era o rapaz mais traquina que alguma vez conheci, aquele que estava sempre de castigo porque só fazia disparates mas mesmo assim sempre a rir-se e a gozar. Tinha uma pancada em andar nu, e contar anedotas porcas, ria-se e gozava a toda a hora, não tinha medo de nada e fazia uma coisa com o lábio de cima que me fazia rir, gostava de mostrar que tinha voz de homem mas quando era alguma coisa séria fugia-lhe a voz. Á noite nos acampamentos invadia as tendas para apalpar as miudas e uma vez no escuro caiu dentro da latrina. Há pessoas que nunca se esquecem e quem leu ficou a conhecer um bocadinho do meu amigo que merece ser recordado.
Eu tinha 10 anos mas não me esqueço de como me deram a noticia, ou me davam todas as noticias más, como se eu não aguentasse, andavam todos atrás de mim porque o João na semana anterior tinha-me perguntado se eu queria ser namorada dele e eu disse que não. Que não tinha tempo, nem idade para essas coisas e assim ficou, nunca mais o vi depois disto.
Durante anos, sem ninguém saber chorava todas as noites a olhar para a fotografia dele, coisa que não fiz nem no funeral, nem em frente a ninguém, não me lembro do porquê da minha reacção mas dizem que estive apática durante 2 ou 3 dias, agarrava-me á boina e ao lenço da farda (que trocámos nas promessas, trocava-se sempre com o melhor amigo) e chorava.
Nunca mais quis ir aos escuteiros nem a casa dele e ajudou a passar, até chegar ao 10º ano e a mãe dele ser minha explicadora de matemática. Entrar no quarto dele, estar na sala com todas as fotografias e a mãe dele me ter mostrado uma carta que ele tinha escrito para mim para o dia dos namorados foi reviver tudo mas a dobrar, porque era mais velha e porque imaginava como seriam as coisas se ele ainda estivesse vivo. Penso nisso quase todos os dias, uns mais que outros mas penso.
Não gosto de falar nisto pessoalmente porque para além de ser uma seca para quem ouve, não consigo chegar a meio da estória sem chorar.
Não quero esquecer o João de maneira nenhuma, ele era o rapaz mais traquina que alguma vez conheci, aquele que estava sempre de castigo porque só fazia disparates mas mesmo assim sempre a rir-se e a gozar. Tinha uma pancada em andar nu, e contar anedotas porcas, ria-se e gozava a toda a hora, não tinha medo de nada e fazia uma coisa com o lábio de cima que me fazia rir, gostava de mostrar que tinha voz de homem mas quando era alguma coisa séria fugia-lhe a voz. Á noite nos acampamentos invadia as tendas para apalpar as miudas e uma vez no escuro caiu dentro da latrina. Há pessoas que nunca se esquecem e quem leu ficou a conhecer um bocadinho do meu amigo que merece ser recordado.
amor ou paixão
"o amor é quando duas pessoas estão juntas e o silêncio não incomoda"
Foi a melhor definição que já ouvi para descrever o amor, mas amor não pode nem deve ser confundido com relação.
Amar á distância é dificil mas, nada é mais complicado que estar 24h com o nosso amor, quando descobrimos todos os seus defeitos, quando o vemos acabadinho de acordar, a ressonar, com mau hálito, a cortar as unhas dos pés, na casa de banho, enfim... idealizamos o nosso "amor" como algo que ele no fundo não é. É apenas uma pessoa normal por quem sentimos um profunda empatia e com quem queremos estar sempre, só a ideia de o imaginar longe ou com outra nos faz doer por dentro, nos dá uma raiva tamanha que queremos arrancar a dor do peito com as mãos. Ultimamente só tenho sentido vontade disto, de arrancar aquilo que sinto do meu peito e do meu pensamento, ver a pessoa que amo como os outros a vêem, um rapaz vulgar.
Amo-o, é verdade, mas a paixão é tão melhor, tão mais intensa e mais bonita. Sentir que temos de aproveitar cada minutinho que partilhamos, medir as palavras e aquele aperto no estômago quando ele está para chegar, o amor é muito bonito mas a paixão é algo muito mais profundo. Gostava de voltar ao inicio, á fase da paixão porque essa sim faz-nos cometer loucuras e dizer aquilo que sentimos, faz-nos ficar acordados de noite e pensativos durante o dia, faz-nos agir feitos parvos e sorrir sózinhos como se aquela pessoa estivesse sempre ali, a observar-nos, faz-nos parecer uns idiotas e andar na lua.
O amor é uma amizade que nunca morre, é uma partilha.
Porque os opostos se atraem, ou não, eu tenho tendência para me juntar com pessoas iguais a mim, que fazem as mesmas birras e reagem da mesma forma. Nenhum de nós dá o braço a torcer, nem pede desculpa (a não ser que seja grave). Há atitudes do dia-a-dia que magoam e ninguém pede desculpa, há palavras que doem e gestos, ou a falta deles, que nos faz sentir vazios por dentro. Questiono-me constamentemente se aquilo que sinto é mutuo, se ele também sente a minha falta, ou se também gosta tanto de mim mas não consegue dizer que só lhe apetece bater em qualquer coisa ou em alguém.
Gostava de sentir aquilo que muitos dizem: "discutir é mau, mas não há nada como fazer as pazes a seguir", eu não faço as pazes, vou fazendo. As coisas não ficam imediatamente bem e eu gostava que ficassem, gostava que me ensinassem a amar e a ser amada. Que me ensinassem a medir as palavras e os gestos e a ter as atitudes correctas nas horas certas, sem magoar, sem discutir. Antes que a paixão arrefeça, antes que o amor morra devagarinho.
Apesar de poder parecer, eu não quero passar por tudo novamente, gosto daquilo que conheço, bom ou mau é isto que quero, só queria um bocadinho dos dois, amor e paixão q.b.
"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."
Pitágoras
Foi a melhor definição que já ouvi para descrever o amor, mas amor não pode nem deve ser confundido com relação.
Amar á distância é dificil mas, nada é mais complicado que estar 24h com o nosso amor, quando descobrimos todos os seus defeitos, quando o vemos acabadinho de acordar, a ressonar, com mau hálito, a cortar as unhas dos pés, na casa de banho, enfim... idealizamos o nosso "amor" como algo que ele no fundo não é. É apenas uma pessoa normal por quem sentimos um profunda empatia e com quem queremos estar sempre, só a ideia de o imaginar longe ou com outra nos faz doer por dentro, nos dá uma raiva tamanha que queremos arrancar a dor do peito com as mãos. Ultimamente só tenho sentido vontade disto, de arrancar aquilo que sinto do meu peito e do meu pensamento, ver a pessoa que amo como os outros a vêem, um rapaz vulgar.
Amo-o, é verdade, mas a paixão é tão melhor, tão mais intensa e mais bonita. Sentir que temos de aproveitar cada minutinho que partilhamos, medir as palavras e aquele aperto no estômago quando ele está para chegar, o amor é muito bonito mas a paixão é algo muito mais profundo. Gostava de voltar ao inicio, á fase da paixão porque essa sim faz-nos cometer loucuras e dizer aquilo que sentimos, faz-nos ficar acordados de noite e pensativos durante o dia, faz-nos agir feitos parvos e sorrir sózinhos como se aquela pessoa estivesse sempre ali, a observar-nos, faz-nos parecer uns idiotas e andar na lua.
O amor é uma amizade que nunca morre, é uma partilha.
Porque os opostos se atraem, ou não, eu tenho tendência para me juntar com pessoas iguais a mim, que fazem as mesmas birras e reagem da mesma forma. Nenhum de nós dá o braço a torcer, nem pede desculpa (a não ser que seja grave). Há atitudes do dia-a-dia que magoam e ninguém pede desculpa, há palavras que doem e gestos, ou a falta deles, que nos faz sentir vazios por dentro. Questiono-me constamentemente se aquilo que sinto é mutuo, se ele também sente a minha falta, ou se também gosta tanto de mim mas não consegue dizer que só lhe apetece bater em qualquer coisa ou em alguém.
Gostava de sentir aquilo que muitos dizem: "discutir é mau, mas não há nada como fazer as pazes a seguir", eu não faço as pazes, vou fazendo. As coisas não ficam imediatamente bem e eu gostava que ficassem, gostava que me ensinassem a amar e a ser amada. Que me ensinassem a medir as palavras e os gestos e a ter as atitudes correctas nas horas certas, sem magoar, sem discutir. Antes que a paixão arrefeça, antes que o amor morra devagarinho.
Apesar de poder parecer, eu não quero passar por tudo novamente, gosto daquilo que conheço, bom ou mau é isto que quero, só queria um bocadinho dos dois, amor e paixão q.b.
"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."
Pitágoras
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
lares de idosos
Ontem fui a Estremoz visitar a avó do meu namorado que, com 86 anos, chegou a altura de ir para um lar de idosos.
Após reunião de familia, chegaram á conclusão que a velhota não podia viver sózinha, porque as simples tarefas domésticas se tinham tornado impossiveis de executar. Então e uma senhora que vá lá a casa ajudar? Também experimentaram mas ao que parece, a D. Irene (velhota em questão) recusava-se a abrir a porta a quem quer que seja pois continuava a achar-se capaz de fazer tudo. resolveram então começar a procurar lares na zona de Lisboa, para além de serem um balúrdio, cerca de 1200euros\mês, eram verdadeiros "depósitos" de velhos, as salas de convívio eram decrépitas, os velhotes pareciam estar drogados e mal se mexiam sentados no sofá em frente á televisão a olhar para o vazio. (Pode parecer uma comparação horrorosa mas lembrei-me de repente dos animais selvagens que são transferidos para os Zoos, dizem que também perdem a força da vida no olhar, que ficam tristes e que se limitam a viver) Na minha opinião, que vale tanto quanto isso, para estes velhotes, isso já não é viver, é sobreviver, dependem de alguém para tudo e as pessoas que mais amaram toda a vida abandonam-nos ali, vão visitá-los um Domingo por mês e tratam-nos como estúpidos, só porque a memoria já lhes falha. Adiante, como filhos e familiares preocupados, encontraram este lar em Estremoz, pertence ao Cofre e apesar de ser um lar, reúne todas as condições sanitárias e mesmo em termos de ambiente, parece um hotel de 2 ou 3 estrelas, não fossem andar os velhotes de um lado pro outro e eu não diria que era um lar. O quarto são individuais, espaçosos, bastaontes harmoniosos e modernos, têm uma vista brutal onde só se ouvem passarinhos e ovelhinhas mas a ideia de "depositar" algum familiar meu em algum lado, por mais confortável que seja, ainda me faz confusão. Eu, espero que os meus avós que ainda são jovens, nunca deixem de conseguir fazer as tarefas diárias e se o fizerem que tenham um ao outro para ajudar mas de qualquer das formas, era incapaz de não cuidar dos meus avós. Há sempre soluções. Vinham cá para casa se fosse necessário, ou pelo menos passavam cá o dia comigo. Eles cuidaram de mim quando eu era pequenia e continuam a cuidar, estão sempre lá para mim e o mínimo que eu posso fazer é retribuir.
Senti-me mal ao visitar a D. Irene, porque ela confunde as coisas, pergunta constantemente quando vai para casa e quando é que o médico lhe dá alta. Os velhotes na sala de convívio olharam para nós na esperança que fossemos os netos deles, fez-me mesmo confusão e vim o caminho com a imagem dos "olhos sem vida" na cabeça. Pensava ainda se seria a última vez que a íamos ver, espero bem que não mas, pelo que consta alguns deixam de lutar, sentem-se abandonados e desistem, não querem estorvar. É triste pensar que apenas nos resta a morte e que esta seria a solução de muitos problemas.
Após reunião de familia, chegaram á conclusão que a velhota não podia viver sózinha, porque as simples tarefas domésticas se tinham tornado impossiveis de executar. Então e uma senhora que vá lá a casa ajudar? Também experimentaram mas ao que parece, a D. Irene (velhota em questão) recusava-se a abrir a porta a quem quer que seja pois continuava a achar-se capaz de fazer tudo. resolveram então começar a procurar lares na zona de Lisboa, para além de serem um balúrdio, cerca de 1200euros\mês, eram verdadeiros "depósitos" de velhos, as salas de convívio eram decrépitas, os velhotes pareciam estar drogados e mal se mexiam sentados no sofá em frente á televisão a olhar para o vazio. (Pode parecer uma comparação horrorosa mas lembrei-me de repente dos animais selvagens que são transferidos para os Zoos, dizem que também perdem a força da vida no olhar, que ficam tristes e que se limitam a viver) Na minha opinião, que vale tanto quanto isso, para estes velhotes, isso já não é viver, é sobreviver, dependem de alguém para tudo e as pessoas que mais amaram toda a vida abandonam-nos ali, vão visitá-los um Domingo por mês e tratam-nos como estúpidos, só porque a memoria já lhes falha. Adiante, como filhos e familiares preocupados, encontraram este lar em Estremoz, pertence ao Cofre e apesar de ser um lar, reúne todas as condições sanitárias e mesmo em termos de ambiente, parece um hotel de 2 ou 3 estrelas, não fossem andar os velhotes de um lado pro outro e eu não diria que era um lar. O quarto são individuais, espaçosos, bastaontes harmoniosos e modernos, têm uma vista brutal onde só se ouvem passarinhos e ovelhinhas mas a ideia de "depositar" algum familiar meu em algum lado, por mais confortável que seja, ainda me faz confusão. Eu, espero que os meus avós que ainda são jovens, nunca deixem de conseguir fazer as tarefas diárias e se o fizerem que tenham um ao outro para ajudar mas de qualquer das formas, era incapaz de não cuidar dos meus avós. Há sempre soluções. Vinham cá para casa se fosse necessário, ou pelo menos passavam cá o dia comigo. Eles cuidaram de mim quando eu era pequenia e continuam a cuidar, estão sempre lá para mim e o mínimo que eu posso fazer é retribuir.
Senti-me mal ao visitar a D. Irene, porque ela confunde as coisas, pergunta constantemente quando vai para casa e quando é que o médico lhe dá alta. Os velhotes na sala de convívio olharam para nós na esperança que fossemos os netos deles, fez-me mesmo confusão e vim o caminho com a imagem dos "olhos sem vida" na cabeça. Pensava ainda se seria a última vez que a íamos ver, espero bem que não mas, pelo que consta alguns deixam de lutar, sentem-se abandonados e desistem, não querem estorvar. É triste pensar que apenas nos resta a morte e que esta seria a solução de muitos problemas.
é f******
Estou sem trabalhar há 2 meses, passo os dias a arranjar coisas para fazer e a enviar CV para empregos que nem sabia que existiam. (Agora, lembraram-se de dar nomes estranhos para os empregos mais banais, é para parecer um emprego a sério?? "o que é que fazes?" "ah, sou sales assistant" e a outra pessoa abre a boca num sonoro "AHHH", pensando que é uma coisa grande.)
Muito sinceramente, não gosto de trabalhar, desde os meus 15 anos que tenho esta dúvida; o que vou fazer á minha vida? Mudei 2 vezes de área no secundário, de artes para desporto e novamente para artes. Entrei na faculdade em Design em Faro e mudei para Arquitectura em Lisboa, mas apesar de adorar artes, não me consigo identificar com estes cursos, será que devia ir até ao fim e no final as coisas mudam? Resumindo, estou em Arquitectura mas ainda não consigo encontrar o meu lugar no meio dos arquitectos, não sou uma pessoa de comprar revistas e seguir as obras dos arquitectos famosos, porque para ser sincera, conheço pouco mais que Ciza Vieira, Souto Moura e Tomás Taveira (santa ignorância). Não me interessa absolutamente nada seguir as obras destas criaturas que todos idolatram porque simplesmente, não me fascinam.
É pena, porque dizem que tenho um sentido criativo fascinante mas, secalhar, mais uma vez estou no caminho errado, esta não é de todo a vida que imagino para mim. Noitadas a fazer projectos estúpidos, tendo em conta o "claro , escuro", o "comprimido, distendido" por amor de deus... isso não devia ser no fim? Para os criticos?
Os anos vão passando e ainda não encontrei a minha vocação, nem um trabalho. Admiro as pessoas que trabalham em sitios que não gostam, a fazer o que não gostam durante anos, eu não consigo, fico deprimida e passo os dias a chorar no WC do trabalho, ando amuada e quando chego a casa apetece-me partir tudo mas, se não trabalho nem estudo o que vai ser de mim? Hoje pra ser recepcionistaa de qualquer coisa pedem o 12º ano ou licenciatura, mas para quê? Para atender e reencaminhas telefonemas e pessoas? Ou então para trabalhar numa loja, que também já experimentei e sinceramente é ridiculo. Não o trabalho em si, porque este aparentemente fácil, de fácil não tem nada, as pessoas tendem a complicar e a dar nomes parvos e sem sentido, em espanhol e em inglês, a coisas simples como: arrumar o armazém, fazer a reposição daquilo que se vendeu, dobrar a roupa, fazer um pedido a outra loja, ou simplesmente uma devolução. Se soubessem os nomes que já ouvi para estas, simples, tarefas....
Será que sou a única a pensar assim ou sou apenas uma pessoa com dúvidas e crises existenciais de uma fase pós-adolescente?
Muito sinceramente, não gosto de trabalhar, desde os meus 15 anos que tenho esta dúvida; o que vou fazer á minha vida? Mudei 2 vezes de área no secundário, de artes para desporto e novamente para artes. Entrei na faculdade em Design em Faro e mudei para Arquitectura em Lisboa, mas apesar de adorar artes, não me consigo identificar com estes cursos, será que devia ir até ao fim e no final as coisas mudam? Resumindo, estou em Arquitectura mas ainda não consigo encontrar o meu lugar no meio dos arquitectos, não sou uma pessoa de comprar revistas e seguir as obras dos arquitectos famosos, porque para ser sincera, conheço pouco mais que Ciza Vieira, Souto Moura e Tomás Taveira (santa ignorância). Não me interessa absolutamente nada seguir as obras destas criaturas que todos idolatram porque simplesmente, não me fascinam.
É pena, porque dizem que tenho um sentido criativo fascinante mas, secalhar, mais uma vez estou no caminho errado, esta não é de todo a vida que imagino para mim. Noitadas a fazer projectos estúpidos, tendo em conta o "claro , escuro", o "comprimido, distendido" por amor de deus... isso não devia ser no fim? Para os criticos?
Os anos vão passando e ainda não encontrei a minha vocação, nem um trabalho. Admiro as pessoas que trabalham em sitios que não gostam, a fazer o que não gostam durante anos, eu não consigo, fico deprimida e passo os dias a chorar no WC do trabalho, ando amuada e quando chego a casa apetece-me partir tudo mas, se não trabalho nem estudo o que vai ser de mim? Hoje pra ser recepcionistaa de qualquer coisa pedem o 12º ano ou licenciatura, mas para quê? Para atender e reencaminhas telefonemas e pessoas? Ou então para trabalhar numa loja, que também já experimentei e sinceramente é ridiculo. Não o trabalho em si, porque este aparentemente fácil, de fácil não tem nada, as pessoas tendem a complicar e a dar nomes parvos e sem sentido, em espanhol e em inglês, a coisas simples como: arrumar o armazém, fazer a reposição daquilo que se vendeu, dobrar a roupa, fazer um pedido a outra loja, ou simplesmente uma devolução. Se soubessem os nomes que já ouvi para estas, simples, tarefas....
Será que sou a única a pensar assim ou sou apenas uma pessoa com dúvidas e crises existenciais de uma fase pós-adolescente?
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