segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

é f******

Estou sem trabalhar há 2 meses, passo os dias a arranjar coisas para fazer e a enviar CV para empregos que nem sabia que existiam. (Agora, lembraram-se de dar nomes estranhos para os empregos mais banais, é para parecer um emprego a sério?? "o que é que fazes?" "ah, sou sales assistant" e a outra pessoa abre a boca num sonoro "AHHH", pensando que é uma coisa grande.)
Muito sinceramente, não gosto de trabalhar, desde os meus 15 anos que tenho esta dúvida; o que vou fazer á minha vida? Mudei 2 vezes de área no secundário, de artes para desporto e novamente para artes. Entrei na faculdade em Design em Faro e mudei para Arquitectura em Lisboa, mas apesar de adorar artes, não me consigo identificar com estes cursos, será que devia ir até ao fim e no final as coisas mudam? Resumindo, estou em Arquitectura mas ainda não consigo encontrar o meu lugar no meio dos arquitectos, não sou uma pessoa de comprar revistas e seguir as obras dos arquitectos famosos, porque para ser sincera, conheço pouco mais que Ciza Vieira, Souto Moura e Tomás Taveira (santa ignorância). Não me interessa absolutamente nada seguir as obras destas criaturas que todos idolatram porque simplesmente, não me fascinam.
É pena, porque dizem que tenho um sentido criativo fascinante mas, secalhar, mais uma vez estou no caminho errado, esta não é de todo a vida que imagino para mim. Noitadas a fazer projectos estúpidos, tendo em conta o "claro , escuro", o "comprimido, distendido" por amor de deus... isso não devia ser no fim? Para os criticos?
Os anos vão passando e ainda não encontrei a minha vocação, nem um trabalho. Admiro as pessoas que trabalham em sitios que não gostam, a fazer o que não gostam durante anos, eu não consigo, fico deprimida e passo os dias a chorar no WC do trabalho, ando amuada e quando chego a casa apetece-me partir tudo mas, se não trabalho nem estudo o que vai ser de mim? Hoje pra ser recepcionistaa de qualquer coisa pedem o 12º ano ou licenciatura, mas para quê? Para atender e reencaminhas telefonemas e pessoas? Ou então para trabalhar numa loja, que também já experimentei e sinceramente é ridiculo. Não o trabalho em si, porque este aparentemente fácil, de fácil não tem nada, as pessoas tendem a complicar e a dar nomes parvos e sem sentido, em espanhol e em inglês, a coisas simples como: arrumar o armazém, fazer a reposição daquilo que se vendeu, dobrar a roupa, fazer um pedido a outra loja, ou simplesmente uma devolução. Se soubessem os nomes que já ouvi para estas, simples, tarefas....
Será que sou a única a pensar assim ou sou apenas uma pessoa com dúvidas e crises existenciais de uma fase pós-adolescente?

Um comentário:

  1. Pior é ter encontrado essa vocação e saber que as hipóteses de desenvolver um trabalho na área são quase nulas ou dependentes da boa e velha "cunha".

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